Nota à Imprensa
PRS
Convocada
com caráter de urgência e sob a presidência e Sua Excelência o senhor Alberto
Mbunhe Nambeia, reuniu-se na sede nacional, a Comissão Executiva do Partido da
Renovação Social para análise da situação política vigente no país, com
particular incidência no bloqueio sistemático perpetrado na ANP pelo senhores
Cipriano Cassamá e Inácio Correia, vulgo "Tchim", presidente e
primeiro vice-presidente, respetivamente, sob a orientação do líder do PAIGC,
através de um plano previamente concebido pelo senhor Domingos Simões Pereira,
que a todo o custo, pretende subverter a ordem constitucional para justificar
os seus intentos, para, a todo o custo, serem realizadas eleições gerais na
Guiné-Bissau.
Após
análise pormenorizada e aturada desta e de outras situações precedentes, a
Comissão Executiva Nacional vem expor o que se segue:
1. Até
à presente data os trabalhos da ANP não só não tiveram lugar, como é do
conhecimento público, está-se a registar um ambiente de caos e desordem,
deliberadamente provocados pelos senhores Cipriano Cassamá e Inácio Correia,
impondo, contra as regras regimentais a discussão de questões prévias no
sentido de esclarecer a situação dos 15 deputados do PAIGC contra a decisão
proferida pelo acordão n. 3/2016 do Supremo Tribunal de Justiça.
2. Contrariamente
às pretensões do PAIGC, o PRS, na linha das regras regimentais da ANP, entende
que, primeiro, deve ser aprovada a agenda da ANP pela plenária, para, de
seguida se poder iniciar os trabalhos. Ainda na ótica do Partido da Renovação
Social, a questão do pedido de esclarecimento sobre a situação dos 15, além de
ser extemporânea, trata-se de uma falsa questão, que tem como finalidade
manipular a opinião pública nacional e internacional, uma vez que, os deputados
eleitos nas listas de um partido, à luz da art. 78.º n. 2 da nossa Constituição,
e do art. 6 do Regimento e art. 1 do estatutos dos Deputados são "representantes
de todo o povo, e não unicamente dos círculos eleitorais por que foram
eleitos", e ao prestarem o juramento, sublinham a necessidade de "defender
sempre e intransigentemente os interesses nacionais.....", conforme
o art. 80.º da Constituição da República.
3. Também
segundo o Regimento da ANP, os deputados da Nação, no uso dos direitos que lhes
são conferidos, subscreveram um requerimento, para a convocação de uma sessão
extraordinária para o passado dia 26 do passado mês de abril, onde tinham como
único ponto da agenda, o debate sobre o estado da Nação. De novo, de forma
arrogante, prepotente e irresponsável, o senhor Cipriano Cassamá indeferiu,
liminarmente, o requerimento que lhe foi presente, inviabilizando assim, o
debate sobre questões que se prendem com a atual crise política que o país
atravessa, que como todos sabem tem tido consequências gravosas na vida do
nosso martirizado povo.
4. O
PRS neste quadro, vem esclarecer o seguinte: a reunião da Comissão Permanente
convocada antes da convocação da sessão plenária, como é hábito, do senhor
Cipriano Cassamá, decidiu propor para agendamento na plenária, a análise do
discurso do senhor Presidente da República e os comunicados do PRS. Que tamanha
aberração! Coisa nunca vista! Primeiro, a ANP, enquanto órgão máximo do poder
legislativo, em obediência ao princípio de separação de poderes, não tem por
vocação proceder a análise e muito menos a interpretação dos discursos do Chefe
de Estado.
5. Em
relação ao PRS, igualmente queremos esclarecer que somos um partido legalmente
constituído à luz da lei-quadro dos partidos políticos, por conseguinte,
qualquer comunicado por ele emitido, é da sua inteira responsabilidade, não
podendo por isso ser objeto de questionamento na ANP, e somente, e
exclusivamente nos órgãos do próprio partido, segundo os seus estatutos. Razões
mais do que suficiente para o PRS abandonar a dita reunião da Comissão
Permanente da ANP.
6. Como
forma de encontrar soluções duradouras para a saída da crise e perante o
bloqueio imposto pelos senhores Cipriano Cassamá e Inácio Correia vulgo "Tchim",
o PRS enquanto partido responsável sente-se no dever e obrigação de encetar
diligências no quadro legal, tendo solicitado uma audiência ao senhor
Presidente da República, no sentido de lhe informar sobre a real situação de
desordem, desmando vividos na ANP e, consequentemente, o desacato da decisão do
Tribunal Regional de Bissau e Supremo Tribunal de Justiça.
7. Mais
uma aberração neste contexto, prende-se com o agendamento, nesta sessão, do
Orçamento Geral do Estado, sem ter sido previamente aprovado o Programa do
Governo, que legitima a atuação do atual executivo. O PAIGC quando reclama ser
vencedor das eleições com a maioria absoluta, por que é que, até à presente
data não foi ainda capaz de conseguir fazer passar o seu Programa de Governo e
o Orçamento Geral do Estado, provando assim a dita maioria?
8. E
na mesma esteira, queremos informar a opinião pública de que este governo, não
tem nenhuma legitimidade, uma vez que, nem o Programa, e nem o Orçamento Geral
do Estado foram aprovados, instrumentos fundamentais que conferem legalidade de
um executivo em qualquer estado de direito democrático, onde a lei é a fonte,
fundamento e limite de qualquer atuação. Por conseguinte, responsabilizamos
coletiva, individual e criminalmente o Governo pelas futuras consequências que
possam advir das assinaturas de acordos de vários contratos ilegais e não
transparentes.
9. Igualmente,
o comunicado do Conselho de Ministros emitido ontem é uma outra aberração que
demonstra a frustração deste executivo ao prometer aumento salarial aos
servidores públicos. Pura manipulação de dimensão incalculável, quando
assistimos sem fim à vista a paralização dos setores da educação e saúde, e
outras áreas por falta de pagamentos.
10. Relativamente
às 3 propostas para a saída da crise da autoria do senhor Cipriano Cassamá, o
PRS pergunta com que base e legitimidade, quando é a mesma pessoa e o
Presidente do seu Partido, o senhor Domingos Simões Pereira que recusaram e arrogantemente
abandonaram a reunião presidida pelo senhor Presidente da República na presença
da comunidade internacional e da sociedade civil guineense, convidando as
partes inconformadas a recorrer aos tribunais e considerando irreversível a
decisão por eles tomada.
Ainda
o PRS responsabiliza o senhor Domingos Simões Pereira pelas futuras
consequências que possam acontecer decorrentes da sua vã tentativa de instigar
os jovens para saírem na rua provocando total desordem apelando aos pais e
encarregados de educação no sentido de não permitirem os seus filhos arriscarem
as suas vidas porquanto o senhor Domingos Simões Pereira e os seus seguidores
não deixarão os seus próprios filhos a fazerem o mesmo
Por
último, o PRS reitera a sua posição de não reconhecer este governo por
considerá-lo de ilegal e apela por isso o senhor Presidente da República
enquanto garante do normal e regular funcionamento das instituições da
República no sentido de fazer uso das suas prerrogativas constitucionais, e
nesta esteira manifesta a sua total disponibilidade em apoiar uma solução governativa
viável e duradoura que garanta a paz, estabilidade e promova o desenvolvimento
do país.
Viva
a PAZ e Liberdade
Viva
o Povo Guineense
Bissau,
06 de maio de 2016
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